Foto cedida por Alessandro Abdala

domingo, 2 de dezembro de 2012


Manhumirim em Novembro

Entre um passarinho e outro...

O feriado de Finados foi bem molhado lá para os lados de Manhumirim, como já comentei no post “Sítio com Equipamento Novo”. Talvez por isso mesmo, os passarinhos estavam lotando o restaurante do quintal da D. Ruth. Coleirinho, baiano, papa-arroz, sanhaço, saíra, rolinha e o sempre presente canarinho assanhado eram presença constante.

Sporophila caerulescens - Coleirinho




Sporophila nigricollis - Baiano

Sporophila ardesiaca - Papa-capim-de-costas-cinzas, ou papa-arroz
Columbina talpacoti - Rolinha
Sicalis flaveola - Canarinho assanhado
Estranhei o sabiá-barranqueiro não ter dado o ar da graça, embora o laranjeira tenha aparecido para pegar umas minhocas no canteiro. Outro que estava meio arredio era o rabo-branco-acanelado, talvez porque, desde que os camarões que plantei floriram para valer, um beija-flor-de-peito-azul apareceu por lá e parece ter tomado conta do pedaço. Até que não é brigão, mas parece que sua simples presença fez com que o acanelado ficasse meio tímido. 

Turdus rufiventris - Sabiá-laranjeira

Amazilia lactea - Beija-flor-de-peito-azul

Phaethornis pretrei - Rabo-branco-acanelado - Observem a curva das asas
Os tizis, que eram presença constante e em grande número lá pela década de 70, hoje, com a eliminação do capim nos fundos de quintal, aparecem sozinhos ou aos pares, meio que perdidos e, estranhamente, muito ariscos, assustando-se até com o barulho do disparo da câmera.
Algumas espécies quase não aparecem mais. Não sei se pela falta de constância no fornecimento de bananas ou se é pela alteração no ambiente, com a desnecessária e desastrada canalização do pequeno córrego que havia no fundo do quintal. O cháu-preto ainda dá para ouvir ao longe, os sanhaços-verdes não dão nenhum sinal, o mesmo acontece com o saí-canário, e até mesmo a cambacica desapareceu.
No dia 24 voltei a Manhumirim, para minha surpresa, os papa-capins ainda estavam no quintal da D. Ruth, em número bem menor é verdade, mas bastantes. Como havia chovido bem no início do mês achei que já teriam sumido, pois depois das primeiras chuvas eles vão procurar parceiros e estabelecer territórios para começar a se reproduzir. Aparentemente ainda estão esperando o capim crescer um pouco mais para já estar com sementes quando os filhotes nascerem. 

 





Junto com eles apareceram alguns visitantes esporádicos, uma fêmea de dó-ré-mi e outra de godero.

Chrysomus ruficapillus - Dó-ré-mi


Molothrus bonariensis - Godero
Uma juriti-pupu linda, que há muito eu achava que ouvia cantando, mas por estar bem inserida na malha urbana eu duvidava existir de verdade, resolveu aparecer para comer um pouco de canjiquinha e me deixar encantado.

Leptotila verreauxi - Juriti-pupu


Os canarinhos e o beija-flor-de-peito-azul também estavam lá, proporcionando boas fotos.



Como sempre, fico encasquetado com a variedade de cores dos papa-capins, os coleirinhos vêm vestidos de todo jeito, preto e branco, oliva e creme, ambos com bico prateado, e cinza com bico amarelo (que ficou sem foto)

 


Os baianos e os “de-costas-cinzas”, que resolveram separar em duas espécies diferentes, também se apresentam de oliva e creme e de black-tie, respectivamente. 


 
 As fêmeas e os jovens me surpreenderam este ano por seu número. Geralmente aparecem em quantidade bem menor que os machos adultos. De novo, o atraso no início das chuvas deve ser o motivo.