Manhumirim em Novembro
|
Entre um passarinho e outro... |
O feriado de Finados foi bem molhado lá para os lados de
Manhumirim, como já comentei no post “Sítio com Equipamento Novo”. Talvez por
isso mesmo, os passarinhos estavam lotando o restaurante do quintal da D. Ruth.
Coleirinho, baiano, papa-arroz, sanhaço, saíra, rolinha e o sempre presente
canarinho assanhado eram presença constante.
|
Sporophila caerulescens - Coleirinho |
|
Sporophila nigricollis - Baiano |
|
Sporophila ardesiaca - Papa-capim-de-costas-cinzas, ou papa-arroz |
|
Columbina talpacoti - Rolinha |
|
Sicalis flaveola - Canarinho assanhado |
Estranhei o sabiá-barranqueiro não ter dado o ar da graça,
embora o laranjeira tenha aparecido para pegar umas minhocas no canteiro. Outro
que estava meio arredio era o rabo-branco-acanelado, talvez porque, desde que
os camarões que plantei floriram para
valer, um beija-flor-de-peito-azul apareceu por lá e parece ter tomado conta do
pedaço. Até que não é brigão, mas parece que sua simples presença fez com que o
acanelado ficasse meio tímido.
|
Turdus rufiventris - Sabiá-laranjeira |
|
Amazilia lactea - Beija-flor-de-peito-azul |
|
Phaethornis pretrei - Rabo-branco-acanelado - Observem a curva das asas |
Os tizis, que eram presença constante e em
grande número lá pela década de 70, hoje, com a eliminação do capim nos fundos
de quintal, aparecem sozinhos ou aos pares, meio que perdidos e, estranhamente,
muito ariscos, assustando-se até com o barulho do disparo da câmera.
Algumas espécies quase não aparecem mais. Não sei se pela
falta de constância no fornecimento de bananas ou se é pela alteração no
ambiente, com a desnecessária e desastrada canalização do pequeno córrego que
havia no fundo do quintal. O cháu-preto ainda dá para ouvir ao longe, os
sanhaços-verdes não dão nenhum sinal, o mesmo acontece com o saí-canário, e até
mesmo a cambacica desapareceu.
No dia 24 voltei a Manhumirim, para minha surpresa, os
papa-capins ainda estavam no quintal da D. Ruth, em número bem menor é verdade,
mas bastantes. Como havia chovido bem no início do mês achei que já teriam
sumido, pois depois das primeiras chuvas eles vão procurar parceiros e
estabelecer territórios para começar a se reproduzir. Aparentemente ainda estão
esperando o capim crescer um pouco mais para já estar com sementes quando os
filhotes nascerem.
Junto com eles apareceram alguns visitantes esporádicos, uma fêmea de dó-ré-mi e outra de godero.
|
Chrysomus ruficapillus - Dó-ré-mi |
|
Molothrus bonariensis - Godero |
Uma juriti-pupu linda, que há muito eu achava que ouvia
cantando, mas por estar bem inserida na malha urbana eu duvidava existir de
verdade, resolveu aparecer para comer um pouco de canjiquinha e me deixar
encantado.
|
Leptotila verreauxi - Juriti-pupu |
Os canarinhos e o beija-flor-de-peito-azul também estavam lá, proporcionando boas fotos.
Como sempre, fico encasquetado com a variedade de cores dos
papa-capins, os coleirinhos vêm vestidos de todo jeito, preto e branco, oliva e creme, ambos com bico prateado, e cinza com bico amarelo (que ficou sem foto).
Os baianos
e os “de-costas-cinzas”, que resolveram separar em duas espécies diferentes,
também se apresentam de oliva e creme e de black-tie, respectivamente.
As
fêmeas e os jovens me surpreenderam este ano por seu número. Geralmente
aparecem em quantidade bem menor que os machos adultos. De novo, o atraso no
início das chuvas deve ser o motivo.