Março e Abril de 2013
Depois de uma longa ausência devido a muito serviço, muitas
viagens e o famoso bloqueio de escritor (se é que posso usar essa expressão),
volto com uma coletânea de fotos feitas nos meses de março e abril.
Vamos direto às fotos que são o que interessa.
Em dia de combatente na Pampulha, todo o resto até parece
desimportante, mas os danados dos bichos são um imã, não consigo passar batido.
Segue uma pequena seleção.
O colhereiro perdeu momentaneamente seu lugar de destaque na
lagoa, mas continua sendo uma visão impressionante.
O carão, elegante em sua simplicidade, está sempre por lá,
dando mole.
O curutié passaria quase desapercebido, não fosse seu dueto
áspero, que pode ser escutado o ano inteiro na lagoa.
Um joão-de-barro preguiçoso descansava sobre sua casa já pronta.
Entre outros mais conhecidos, para se ter uma idéia de seu
porte, eis o destaque do ano, o combatente.
Esse bichinho havia sido observado
no Brasil apenas uma única vez, em 1985, no Rio Grande do Sul. Sua descoberta
em Belo Horizonte pelo biólogo Daniel Dias foi um acontecimento ornitológico de
grande importância, inclusive para a luta que estamos travando para manutenção
da lâmina d'água rasa em parte da Lagoa da Pampulha.
Nessa
plumagem não se dá nada por ele. No entanto, quando chega sua época de
reprodução no hemisfério norte, transforma-se completamente, adquire um espetacular
colar de penas e luta ferozmente em defesa de um pequeno território em que
tenta conquistar as fêmeas.
Aí estão os dois indivíduos que nos visitaram este ano.
Mais uma dele para
fechar.
No início de março, em Martins Soares, a caminho do sítio,
encontrei esse belo bentevizinho-de-asa-ferrugínea que, distraído, mostrou
parte do seu topete amarelo.
Estava assentado no meu banquinho, debaixo de uma coberta,
esperando a chuva passar e de repente ouço bem perto, logo acima da minha
cabeça, um canto muito conhecido, daqueles de arrepiar. Olha ele aí! Pela
primeira vez se aproximou o suficiente para uma foto melhorzinha. Lindo curió.
Logo voou, fazendo pausas rápidas para cantar em outras 4 árvores, fazendo a
ronda e demarcando seu território. Ganhei o dia.
Olha só que belezinha de
andorinha-serradora, dando sopa no mourão, logo na saída da cidade de
Manhumirim, a caminho do Parque Sagui da Serra.
Logo depois encontrei esse lindo casal de quiriquiris.
Dentro do parque encontrei vários conhecidos e consegui
melhorar um pouco meu registro desse arapaçu-verde.
Voltando para a cidade, para
minha grande alegria, encontrei outro curió, a mais ou menos 15 km de distância
daquele lá de trás. Parece que estão realmente retornando e o pessoal está
deixando-os em paz.
Essa corujinha-buraqueira já
havia me encarado quando passei a caminho do parque. Ficou realmente invocada
quando parei o carro para uma foto.
Na antiga linha férrea que
ligava Manhumirim a Manhuaçu, acrescentei vários registros novos à minha lista
de Manhumirim. Entre eles estava esse flamenguinho, todo animado soltando a voz
extemporaneamente.
Na volta para Belo Horizonte
tornei a encontrar um dos gaviões-de-rabo-branco que moram no alto da
"Serra do Nove", em São Domingos do Prata. Uma beleza de rapinante.
Depois de uma visita a Santo
Antônio do Monte, terra de grandes amigos da ECOAVIS e que será objeto de uma
publicação à parte, no início de abril voltei a
Manhumirim e à antiga estrada de ferro e me deparei com 4
araçaris-de-bico-branco. Estavam se fartando de sementes de embaúba e finalmente
pude fazer algumas fotos decentes deles.
Uma marreca pé-vermelho veio se
despedir de mim e me despachar para a Iracambi, que é outra estória que
contarei em outra publicação.
Até a próxima.